Deputada Talíria participa de sessão conturbada e Luiza Erundina é internada

A sessão realizada na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDH), na última quarta-feira (5), foi marcada pelo extremismo político e pela internação da deputada federal Luiza Erundina (PSOL/SP). Ao lado da deputada Talíria Petrone (PSOL/RJ), Erundina passou mal e foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Sírio Libanês, em Brasília (DF). Ela teve uma indisposição após fazer um discurso potente sobre as vítimas da ditadura militar.

“Foi um dia horroroso na Câmara. Minha sensação é de que interditam a política, o bom debate e de que tudo virou um espetáculo do ódio fascista. Erundina é referência máxima, exemplo de ética e compromisso com o povo. Olhar o seu rostinho e a sua insistência na luta por justiça faz com que eu não desista”, afirma Talíria Petrone.

As deputadas Talíria Petrone e Luiza Erundina na CDH. Foto: Joy Dornelles

O projeto recebeu, na própria audiência, ataques políticos de deputados de extrema direita e apoiadores. O PL 1156/2021 propõe a responsabilidade de identificar publicamente lugares de repressão política utilizados por agentes da ditadura civil militar (1964-1985). Bordões como “bandido bom é bandido morto” foram usados durante a sessão. 

“Não existe pena de morte no Brasil. A Constituição Brasileira garante o direito inviolável à vida. Quem comete crime precisa estar tendo o devido processo legal cumprido”, garante a parlamentar.

Durante a audiência, Talíria Petrone lembrou que o governo Bolsonaro deixou “33 milhões de pessoas passando fome e metade da população convivendo com algum grau de insegurança alimentar”. Além disso, Bolsonaro “votou não ao direito das trabalhadoras domésticas”. A deputada também pontuou que no governo Lula houve aumento da renda e do salário mínimo, queda do desemprego e da inflação, e crescimento no PIB.

“Estamos reconstruindo o país. Discutir salário digno, jornada digna para trabalhador, gera crescimento econômico para o Brasil. Mas de economia o bolsonarista não entende, como foi possível comprovar no governo Bolsonaro”. 

Adaptação climática

O tema da adaptação climática também foi discutido na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDH). As cidades precisam de políticas públicas urgentes para se adaptarem aos extremos climáticos.

“Quase dois mil municípios do Brasil estão sujeitos a eventos extremos: enchentes, deslizamentos, secas. Tudo isso por conta do aquecimento global. Por isso, esses municípios precisam se adaptar. A gente precisa construir cidades resilientes”, destaca a deputada federal Talíria Petrone.

O governo federal já destinou cerca de R$ 60 bilhões para o Rio Grande do Sul por conta da tragédia ocorrida no estado em maio desse ano. Apesar da sessão ter sido suspensa — em função da internação da deputada Luiza Erundina —, a CDH aprovou o requerimento para realização de audiência pública para discutir a Operação Verão, ação da PM de São Paulo que deixou 56 civis mortos, e também aprovou a realização de audiência para debater políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas.

junho 6, 2024