O Jornal do Brasil publicou hoje (13 de junho) um artigo da deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ) sobre a importância da política do cuidado e da criação da Frente Parlamentar em Defesa de uma Política Nacional do Cuidado.
Leia abaixo um trecho da publicação.
Quem cuida de quem cuida?
É urgente a criação da Frente Parlamentar em Defesa de uma Política Nacional do Cuidado
O cuidado tem cara, sexo, cor e idade. Quem cuida, em geral, são mulheres, majoritariamente negras. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em todo o mundo, as mulheres realizam 76,2% do trabalho de cuidados não remunerado, dedicando 3,2 vezes mais tempo a essas tarefas do que os homens. Em 2023, no Brasil, 2,5 milhões de mulheres não trabalharam para cuidar de parentes ou das tarefas domésticas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são claros e mostram que o tema precisa estar no centro da discussão política.
Todo mundo precisa de cuidado ao longo da vida. Nascemos bebês, envelhecemos e ficamos doentes. O direito ao cuidado precisa ser compreendido como direito humano. Por isso, temos que cuidar de quem cuida, valorizar as profissões do cuidado e refletir sobre a oferta do cuidado não remunerado. O investimento na América Latina em serviços de licenciamento e cuidados demonstra, por exemplo, um potencial significativo para a criação de empregos. Os cálculos da OIT estimam a geração de 25,8 milhões de empregos diretos e indiretos, em sua maioria formais e destinados às mulheres.
No Brasil, os quase quatro séculos de escravidão, o patriarcado e o racismo colocaram a mulher no lugar do cuidado. E as mulheres pretas têm a maior taxa de realização de afazeres domésticos (92,7%). Isso evidencia que o racismo estrutura todas as relações sociais brasileiras e o trabalho de cuidado, infelizmente, ainda é visto como lugar de servidão. Temos que estruturar uma rede de políticas públicas para enfrentar a sobrecarga das mulheres.
Confira a íntegra do artigo neste link.