A Liderança do PSOL na Câmara realiza, nesta quarta-feira (23.08), às 15h30, um ato pedindo Justiça pela revoltante execução da líder comunitária e quilombola Mãe Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, no último dia 17 em Simões Filho (BA), município onde já havia sido secretária de Promoção da Igualdade Racial. Um cortejo de lideranças religiosas de matriz africana seguirá do Hall da Taquigrafia até o Salão Verde, onde as deputadas e deputados farão uma coletiva de imprensa.
Mãe Bernadete tinha 72 anos, era coordenadora nacional da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e liderança quilombola do Quilombo Pitanga dos Palmares, e foi morta a tiros em sua casa e terreiro religioso, enquanto assistia televisão com dois netos e mais duas crianças. Um ato de barbárie que indignou o país pela ousadia com que foi realizado, uma evidente certeza de impunidade. Ela era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o Binho do Quilombo, também líder da comunidade Pitanga dos Palmares e assassinado há seis anos num crime ainda não resolvido que, como o da sacerdotisa, está envolvido em interesses de especulação imobiliária na área do quilombo.
“A execução de Mãe Bernadete foi uma das coisas mais terríveis que aconteceu nos últimos tempos. Matar uma liderança quilombola e religiosa, dirigente da Conaq e referência na luta em defesa dos direitos humanos na Bahia com 12 tiros, na frente de seus netos, foi uma afronta absurda. Uma mulher que ainda clamava por justiça pela morte de seu filho e que vinha sendo ameaçada pelas denúncias contra os interesses dos que querem tirar o direito à terra das comunidades quilombolas. Os movimentos sociais, a bancada do PSOL e demais parlamentares do campo progressista realizam esse ato para exigir do governo da Bahia ampla investigação e para que haja justiça por Mães Bernadete”, declara a deputada Talíria Petrone (RJ).