A bancada do PSOL na Câmara acaba de protocolar uma representação no Ministério Público Federal contra o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e o diretor da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marcelo Pinto. O motivo é o uso ilegal de recursos públicos para ampliação da base governista em esquema denunciado pelo jornal O Estado de São Paulo.
Em plena crise sanitária e econômica deflagrada pela má gestão da pandemia no Brasil, a reportagem do jornal Estadão revelou um esquema montado pelo governo federal, no final de 2020, para aumentar sua base de apoio no Congresso, criando um orçamento paralelo de mais de R$ 3 bilhões em emendas, boa parte delas destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência.
A reportagem do Estadão evidencia um verdadeiro atropelo das leis orçamentárias, regras legais e da própria Constituição Federal. “Para além disso, tem o objetivo de dificultar o controle do Tribunal de Contas da União (TCU) e da própria sociedade. Contrariando princípios administrativos consagrados, os acordos para direcionar o dinheiro não são públicos e não têm transparência. Ou seja: ganha quem apoia o governo”, afirma a bancada no documento.
“É inadmissível que na pior crise sanitária, social e econômica do mundo, com a população brasileira morrendo de fome, de Covid-19 e de tiro, o presidente use de corrupção para conseguir que seus aliados ganhem as eleições para a Câmara e o Senado. No entanto, não nos surpreende. Bolsonaro é a mais velha forma de fazer a política do toma-lá-dá-cá”, disse a líder Talíria Petrone (RJ).
Fonte: PSOL na Câmara